Darly Silva / Canal Diário
O Brasil enfrenta uma grave crise de abandono de animais, com cerca de 30,2 milhões de cães e gatos em situação de rua, segundo estimativas de 2024. O número representa 25% do total de animais do país e acende um alerta sobre os desafios de controle populacional e bem-estar animal.
Os cães são os mais afetados, correspondendo a 64% dos resgatados, enquanto os gatos representam 36%. Além disso, 45% dos animais encontrados nas ruas são filhotes, o que agrava ainda mais o problema. Outro fator preocupante é que 40% dos animais resgatados necessitam de cuidados especiais, seja por serem idosos ou portadores de doenças.
A questão estética também influencia no abandono. Entre os cães, vira-latas com pelagem preta e caramelo lideram os casos. Já entre os felinos, gatos pretos e manchados são os mais rejeitados.
Impactos e desafios
O abandono de animais gera impactos ambientais e sociais severos. O crescimento descontrolado da população de cães e gatos nas ruas aumenta o risco de transmissão de doenças, além de sobrecarregar abrigos e ONGs que lutam para dar assistência aos resgatados. Sem políticas públicas eficazes, o problema persiste e se agrava.
Além dos desafios sanitários, o abandono também é um crime no Brasil desde 1998, conforme previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). No entanto, a fiscalização ainda é falha, e os casos seguem ocorrendo em grande escala.
Campanha “Dezembro Verde”
Como forma de conscientização, o Senado aprovou o projeto de lei 6.404/2019, que institui o “Dezembro Verde”, uma campanha de combate ao abandono de animais. A iniciativa busca promover ações educativas e sensibilizar a população sobre a importância da guarda responsável.
Especialistas ressaltam que adoção consciente, castração e campanhas de educação são medidas fundamentais para enfrentar o problema. A mobilização da sociedade civil e o fortalecimento das leis de proteção animal também são essenciais para reduzir o abandono e garantir melhores condições para cães e gatos no país.