Variante da Covid-19 é encontrada em morcegos pela 1ª vez no Pantanal de MT

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Moura apontou o impacto das alterações nos habitats naturais como um fator que pode modificar os hábitos dos morcegos, promovendo o contato entre diferentes espécies e potencialmente disseminando o vírus. Além disso, desmatamentos e queimadas foram destacados como fatores que intensificam o contato entre morcegos e seres humanos, especialmente em regiões vulneráveis do Pantanal.

“O PANTANAL É UM SISTEMA ECOLÓGICO MUITO SENSÍVEL. EM SE TRATANDO DE ZOONOSES, ACREDITO QUE A MANUTENÇÃO DE CAMPOS LIMPOS NO PANTANAL É A PRINCIPAL ATITUDE PARA IMPLEMENTAR MEDIDAS DE CONTROLE DE ZOONOSES. MANTENDO ESSES AMBIENTES LIMPOS E CONSERVANDO, ISSO PERMITIRÁ QUE OS MORCEGOS FIQUEM EM SEUS HABITATS E NÃO PRECISEM BUSCAR ABRIGOS PRÓXIMOS A OUTRAS ESPÉCIES ANIMAIS, DENTRE ELES OS HUMANOS”, RESSALTOU.

O levantamento realizado no Pantanal marca um avanço significativo na compreensão das zoonoses em regiões de grande biodiversidade, segundo o responsável pela pesquisa em Mato Grosso.

“Este foi o primeiro estudo realizado no Pantanal sobre coronavírus em morcegos. Por isso é muito cedo para afirmar ou indicar algum padrão ecológico. A princípio nossos achados seguiram os padrões observados na Mata Atlântica, Cerrado e Floresta Amazônica”, relatou.

Embora os humanos sejam mais suscetíveis ao vírus, o especialista destaca a importância de monitorar continuamente as mutações do Alphacoronavirus e sua dinâmica em populações de morcegos.

“Não posso afirmar que os Alphacoronavirus são mais propensos a mutações, mas precisamos manter esse monitoramento sempre atualizado para ir observando a dinâmica de mutações dos Coronavírus nessa população animal”, disse.

No estudo, foram capturados 419 morcegos de diversas espécies nos biomas do Pantanal e do Cerrado. A pesquisa se concentrou em áreas florestais, zonas urbanas e periurbanas, incluindo locais próximos a residências e prédios abandonados. O objetivo foi investigar a presença de coronavírus nos morcegos, que são conhecidos por abrigar diferentes tipos do vírus.

A pesquisa foi elaborada pelas Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Porto, Universidade Estadual de Campinas, pelo Instituto Butantan e pelo Hospital Israelita Albert Einstein

Leandro Régys

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