EUA alertam que Rússia está perto de aceitar programa nuclear da Coreia do Norte
Publicado em 19 de Dezembro de 2024.
Cooperação entre os países vem aumentando significativamente em meio à guerra na Ucrânia
A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, fez um novo alerta sobre a crescente cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte. Segundo a diplomata, informações de inteligência apontam que Moscou está próximo de aceitar o programa de armas nucleares de Pyongyang.
“Avaliamos que a Rússia pode estar próxima de aceitar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, revertendo o compromisso de décadas de Moscou de desnuclearizar a Península Coreana. Caros colegas, cada um de nós deve chamar a atenção para esta imprudência. Cada um de nós”, disse Thomas-Greenfield.
Apesar de já ter laços com a Coreia do Norte, a Rússia aumentou a parceria em 2022, quando decidiu invadir a Ucrânia. Desde então, os países vêm ampliando as negociações e assinando acordos de cooperação, a maioria militar. O último deles resultou em uma parceria estratégica, que prevê assistência mútua em caso de agressão.
“A Rússia está recorrendo à Coreia do Norte em busca de mão de obra e munições, a fim de realizar sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Eles acolheram mais de 11.000 soldados norte-coreanos em seu solo. E não apenas quaisquer soldados: a Coreia do Norte enviou unidades de forças especiais de elite para a Rússia”, disse a embaixadora.
Além de escalar a guerra, já que agora a Ucrânia também está buscando militares estrangeiros para reforçar as tropas, Thomas-Greenfield disse que a Rússia deve usar essa cooperação com a Coreia do Norte a seu favor. A previsão é que o país utilize as bases montadas na fronteira para realizar futuros exercícios de treinamento combinado.
“Esta não é uma via de mão única. Quanto mais a Rússia depende do apoio da Coreia do Norte, mais a Coreia do Norte extrai em troca, como petróleo refinado, treinamento militar e operações de artilharia”, disse a diplomata. “[Isso] exacerba as ameaças à paz e à segurança não apenas na Europa, mas em todo o mundo”, frisou.