Mato Grosso tem 50 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, aponta estudo

Mato Grosso tem 50 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, aponta estudo
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Publicado em 1º de julho de 2024.

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao
Adolescente Trabalhador (FNPETI) lançou, no último dia 12 de junho, o estudo “O Trabalho
Infantil no Brasil: análise dos microdados da PnadC 2022″. Com base nos dados, Mato
Grosso teve um aumento no número de crianças e adolescentes em situação de trabalho
infantil, atingindo a marca de 50.170 menores, representando 7,2% da população total, entre
cinco e 17 anos de idade.

Em 2016, 40.848 menores estavam em situação de trabalho infantil, correspondendo a 5,9%
da população total de 687.127 crianças. No panorama nacional, a quantidade de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil deixou a marca dos 2,1 milhões em 2016 para 1,9 milhão em 2022, o que representou uma redução de 230 mil (11,0%) no contingente de crianças e adolescentes ocupadas.

Esse resultado foi motivado, principalmente, pela diminuição do trabalho infantil de
aproximadamente 184 mil (-24,2%) na Região Nordeste, de 38 mil (-11,3%) na Norte, de 20
mil (-6,8%) na Sul e de 3,5 mil (0,6%) na Sudeste. A Região Centro-Oeste, por outro lado,
registrou elevação da população em situação de trabalho infantil de aproximadamente 14
mil (9,8%) ocupações.

A análise informa, ainda, que a média nacional de dedicação ao trabalho é de 20,7 horas
semanais, número que salta para 25 na região Centro-Oeste.

Quanto à natureza das atividades exercidas, conclui-se que a maior parte das crianças e
adolescentes trabalhadores exerce atividades em estabelecimentos do comércio e
reparação, dos serviços em geral, da agricultura e da indústria.

Em 2016, estes estabelecimentos agregavam 1,5 milhão de crianças e adolescentes em
situação de trabalho (92%), quantitativo que em 2022 foi de 1,3 milhão (93,3% do total).
Assim como ocorre com as ocupações exercidas, não há homogeneidade nos dados
regionais, com os estabelecimentos da agricultura mais relevantes nas Regiões Norte e
Nordeste e os de serviços nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste

O estudo

O documento, disponível no site do FNPETI, buscou traçar o perfil do trabalho infantil e
detalhar dados nacionais por regiões, com recortes por sexo; cor; faixa etária (5 a 9 anos, 10
a 13 anos, 14 a 15 anos e 16 a 17 anos) frequência à escola; localização do domicílio (urbana
ou rural); realização de afazeres domésticos ou cuidados a moradores(as); as principais
ocupações e atividades exercidas; e uma aproximação das crianças e adolescentes
expostas às piores formas de trabalho conforme as categorias da Lista das Piores Formas
de Trabalho Infantil (Lista TIP).

A análise, desenvolvida a partir de dados dos anos de 2016 a 2022 divulgados
pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PnadC) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve como objetivo contribuir para o
aprofundamento do debate sobre o tema no Brasil e para a definição e implementação de
políticas públicas, programas e ações de enfrentamento ao trabalho infantil e à violação
dos direitos de crianças e adolescentes.

Fonte: Olhar Direto.

Leandro Régys

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