Dólar volta a cair e fecha em R$ 4,77, no menor patamar em mais de um ano
Publicado em 19 de junho de 2023.
A moeda norte-americana recuou 0,90%, vendida a R$ 4,7751, nível que não alcançava desde 3 de junho de 2022
O dólar voltou a cair e fechou a sessão desta segunda-feira (19) em queda, na medida em que investidores repercutiam uma nova redução nas projeções de inflação para este ano e em meio às expectativas pela próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve ser divulgada na quarta-feira (21).
O dia também foi de negócios reduzidos em todo o mundo por conta do feriado do Dia do Fim da Escravidão nos Estados Unidos.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,90%, vendida a R$ 4,7751.
Na última sexta-feira (16), o dólar fechou em alta de 0,34% e fechou cotado a R$ 4,8186. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular quedas de:
- 5,87% no mês;
- 9,53% no ano.
No mercado acionário, o Ibovespa subiu e retomou os 119 mil pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Em um dia de agenda esvaziada por conta do feriado no principal mercado acionário do mundo, as atenções dos investidores locais se voltam às novas projeções para a economia brasileira.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (19), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação oficial do país, deve fechar em 5,12% em 2023 — uma redução ante a última edição do relatório, que apontava para uma alta de 5,42%. Há um mês, as projeções eram de um IPCA de 5,80% neste ano.
Mesmo com a queda, se a expectativa se concretizar, a inflação fechará o ano acima do teto do valor estabelecido pelo BC. A meta é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.
No entanto, as projeções mais baixas para o IPCA também contribuíram para uma redução nas expectativas para a Selic, taxa básica de juros. Agora, o mercado espera que a taxa encerre 2023 a 12,25% ao ano, de uma previsão de 12,50% anteriormente.
Atualmente, os juros estão em 13,75% ao ano e os especialistas acreditam que o Copom deve começar a baixa a taxa em agosto. Para a reunião desta quarta, a expectativa é que o Comitê mantenha os juros inalterados.
O Focus também apresentou a sexta alta consecutiva nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, que subiu de 1,84% para 2,14%. Em contrapartida, as estimativas para a taxa de câmbio caíram para R$ 5,00 no fim do ano.